segunda-feira, 8 de agosto de 2011

54ª Aula - A IGREJA E O DENOMINACIONALISMO (ECLESIOLOGIA – Parte 5)


Perguntas sobre a 53ª AULA: (Cada aluno deve responder em uma folha de caderno, escrevendo o seu nome no cabeçalho e onde faz a aula, e entregar ao Professor ANTES de passar para a 52ª. aula).



1- Ao que pode ser comparada uma Igreja que só tem corpo?

2- Ao que pode ser comparada uma igreja que tem apenas corpo e alma?

3- O que deve ter uma Igreja Completa? Justifique.

4- Um membro na Igreja Completa pode ser tudo. Menos o quê?

5- Sendo a Igreja o Corpo de Cristo, quais as três coisas que acontecem com um membro que dele se separa?

6- Quais são as duas vias pelas quais um cristão pode se tornar membro da Igreja?

7- O que Jesus rogou ao Pai e que os apóstolos rogavam para a Igreja?

8- Quais os dois males que podem surgir entre os membros e prejudicar o funcionamento do Corpo?

9- Na Igreja Peregrina, a transitoriedade deste mundo obriga os membros ao quê?

10- O que é uma Comunidade Cristã e o que deve expressar?





54ª Aula  - A IGREJA E O DENOMINACIONALISMO (ECLESIOLOGIA – Parte 5)





Jesus fundou a Igreja. Ressuscitado, mandou que todos ficassem unidos e reunidos em Jerusalém, até que do Alto fossem revestidos de poder, o que aconteceu no Dia de Pentecostes (At 2). Ali, no Cenáculo, surgiu a primeira Comunidade Cristã e diante de tantas conversões (mais de três mil naquele dia: At 2:41), a Igreja não tinha como continuar se reunindo no Cenáculo por falta de espaço. Iam, então para o Templo em Jerusalém (At 3:1).



Mas a quantidade de conversões aumentava a cada dia e, como neste princípio a Igreja de Cristo não tinha templos, começou também a se reunir nas sinagogas, locais de culto dos judeus. Como havia uma flagrante oposição entre os ensinamentos de Cristo e os ensinamentos de Moisés, o que ficou claramente evidenciado no Sermão da Montanha (Cap. 5 de Mateus, só para citarmos um exemplo) veio, então, a perseguição religiosa (At 4:1-4), com diversas prisões e mortes de irmãos e a proibição destes usarem as sinagogas para suas palestras e orações.



Devido à perseguição e à grande multiplicação de convertidos, os primeiros irmãos passaram a se reunir nas casas dos membros, multiplicando as Comunidades Cristãs, que se espalharam por diversas cidades e países.

A perseguição invadia até estas casas (At 8:3).

As primeiras Comunidades Cristãs nas casas também eram chamadas de “Igrejas” (Rm 16:5, I Co 16:19, Cl 4:15, Fm 1:2).



Na cidade grega de Antioquia, os irmãos foram chamados pela primeira vez de “cristãos” (At 11:26). A princípio era um apelido quase que pejorativo, que depois passou a designar todos os que tinham a fé em Cristo.



As primeiras disputas e divergências: O livro de Atos dos Apóstolos narra a vida da Igreja de Cristo no primeiro século e demonstra que, já naquela época, havia divisões de pensamentos e doutrinas entre os Apóstolos e entre os irmãos. Alguns queriam manter na Igreja de Cristo as práticas do judaísmo, como a circuncisão (At 11:2, Rm 3:1), outros, a guarda dos costumes da Lei de Moisés (Fp 3:2, Gl 2:16, II Tm 1:10), outros que não queriam o Batismo nas Águas dos não-judeus (At 10:45, At 11:15-18), outros tomavam partido de certas lideranças (I Co 1:12, Gl 2:1-15), etc.



No Livro de Apocalipse, escrito também no primeiro século da Igreja Cristã, vemos o próprio Cristo Glorificado repreendendo grupos que pregavam divisão na Igreja e introduziam doutrinas estranhas, como a dos Nicolaítas (Ap 2:6,15), que ensinava, entre outras coisas, a supremacia de um clero sobre o povo e o paganismo misturado à fé cristã.



Mas, apesar destes conflitos e debates naquela época, a Igreja não se dividiu, nem para Paulo, nem para Apolo, nem para Pedro, nem para os nicolaítas. Manteve-se unicamente CRISTÃ nos primeiros séculos. Atualmente, para nos referirmos àquela Igreja, chamamo-la de Igreja Cristã PRIMITIVA.



Esta Igreja Cristã Primitiva, que já tinha muitos debates e divisões internas, manteve-se assim até o ano 312 da era atual, quando o imperador romano Flavio Constantino converteu-se e, no ano 325 convocou o Concílio de Nicéia, que deu origem à Igreja Católica Apostólica Romana, tentando unificar nela todos os cristãos. Constantino I se proclamava Sumo Pontífice, título que todo imperador romano usava, mas que, a partir dele, passou a ter uma pretensiosa conotação religiosa “cristã”, bem como Augustus, palavra latina que quer dizer venerável.



Há, porém, na Igreja Católica surgida ali uma flagrante contradição e um grande erro teológico: a palavra grega “Católica” significa “Universal” (veja em qualquer dicionário). Se Constantino I, usando do seu fantástico poder político-militar, pretendia fundar uma Igreja que fosse Universal, como ela poderia ser Romana? Ou é Romana ou é Universal. Além disso, Constantino fundiu com a fé cristã vários costumes do paganismo romano, o que deu origem à adoração e veneração de imagens e outras práticas não cristãs, já que ele continuou devoto do Deus Sol Invictus, cunhando sua imagem nas moedas romanas. Para se ter uma idéia da falta de fundamento da religião de Constantino, um dia antes da sua morte ele fez um sacrifício ao deus pagão Zeus. A própria Igreja Católica reconhece que Constantino praticava simultaneamente o cristianismo e o paganismo (Enciclopédia Católica).  Quando uma organização religiosa mantém doutrinas não evangélicas, isto é, fora do Evangelho, então ela é uma seita. Portanto, a Igreja Católica Apostólica Romana, longe de ser a primeira Igreja Cristã, é, na verdade, a mais antiga seita cristã do mundo.



Note algumas coisas importantes:

Cristo fundou a Igreja Cristã. Constantino fundou a Igreja Católica Apostólica Romana cerca de 300 anos depois.

Cristo é o Cabeça da Igreja Cristã e o Sumo Pastor (Ef 4:1-16, I Pe 5:4), Constantino foi o “cabeça” e “Pontifex Maximus” da Igreja Católica Apostólica Romana.

Cristo foi fiel até a morte e morte de cruz (Fp 2:8). Constantino foi infiel até a véspera da sua morte, adorando Zeus.

Cristo ressuscitou em carne em ossos e está vivo pelos séculos dos séculos. Constantino está morto e nem seus ossos  há.

Cristo fundou a Igreja que não sucumbe ao Inferno. A de Constantino não resistiu nem ao paganismo e falsos deuses.



Apesar desta Igreja Estatal surgida por meio de Constantino tentar reunir todos os cristãos do mundo debaixo do catolicismo romano e da autoridade de um “sumo pontífice” , a Igreja Cristã pura e verdadeira continuou existindo paralelamente, porque havia os que rejeitavam os ídolos e outras práticas não-cristãs da Igreja Católica, que estavam e ainda estão em total desacordo com as Escrituras Sagradas.



Vale ressaltar que antes de Constantino não havia Igreja Católica e nenhum Cristão era chamado de “católico”.

Vemos, portanto, que Constantino foi o criador da primeira Denominação, fazendo surgir, oficialmente, a primeira divisão do ramo cristão, ainda que, naquela época, já existia a Igreja do Oriente (também chamada de Ortodoxa ou Grega), mas não como denominação e, sim, como definição e localização.



A Igreja Copta: Este desvio de conduta e de visão da Igreja Católica Apostólica Romana foi-se perpetuando e fez surgir outras ramificações cristãs como, por exemplo, no Egito (Copta quer dizer Egípcio). No ano 451 da nossa era, após o Concílio de Calcedônia, a Igreja Cristã no Egito separou-se das demais Igrejas e, para se diferenciar da Igreja Católica Apostólica Romana e também da Igreja do Oriente, passou a se autodenominar de Igreja Ortodoxa Copta.



A Igreja Anglicana (ou Igreja da Inglaterra): No ano de 1534 da nossa era surgiu a Igreja Anglicana, fundada pelo rei inglês Henrique VIII, que se rebelou contra a autoridade do chefe da Igreja Católica Apostólica Romana, que proibia seu divórcio de Catarina de Aragão e novo casamento. Até hoje, o chefe da Igreja Anglicana é quem estiver sentado no trono inglês. Veja a semelhança com a Igreja Católica Apostólica Romana: A Igreja Anglicana também foi criada por um imperador. Nos EUA, Austrália e demais países é atualmente chamada de Igreja Episcopal.



A Igreja Protestante ou Reformada: No século XV, um padre e teólogo católico, inconformado com as práticas não-cristãs da sua Igreja, tentou reformar a Igreja Católica Apostólica Romana e dela foi expulso. Este padre chamava-se Martinho Lutero e fundou a Reforma por protesto, o que deu origem ao Protestantismo, que não reconhece a autoridade do Papa, mas somente a da Bíblia Sagrada. Surgiu, então, a Igreja Protestante, chamada também de Igreja Reformada.



Igreja Luterana, Presbiteriana, Metodista, Batista... Além de Lutero, o Protestantismo teve outros líderes que pensavam quase que da mesma maneira e, entre eles, podemos citar João Calvino e John Wesley. Estes novos líderes, por divergirem em alguns aspectos, foram reunindo novos grupos que se deram origem às Igrejas: Presbiteriana, Metodista (ou Wesleyana). Para diferenciar os membros da Igreja de Lutero destes novos protestantes, aquela passou a se autodenominar de Igreja Luterana. A Igreja Batista tem origem inglesa e é de dissidentes principalmente da Igreja Anglicana. Todos estes (e outras ramificações) são chamados de Protestantes Tradicionais.



Igrejas Tradicionais Renovadas: Destes surgiram os que queriam uma Igreja Pentecostal, com manifestações do Espírito Santo, e aí vieram as Igrejas: Presbiteriana Renovada, Batista Renovada, Metodista Renovada, etc.



NA PRÓXIMA AULA VEREMOS: DENOMINACIONALISMO: AS IGREJAS EVANGÉLICAS PENTECOSTAIS

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