segunda-feira, 8 de agosto de 2011

57ª Aula - AS TRÊS ONDAS PENTECOSTAIS (ECLESIOLOGIA, DENOMINACIONALISMO, Parte 8)


Duas perguntas sobre a 56ª AULA: (Responder ANTES de passarmos para a 57ª. aula).

1- Quais os nomes dos três homens que trouxeram o Movimento Pentecostal para o Brasil e suas nacionalidades?

2- Quais os nomes das duas primeiras denominações pentecostais do Brasil, em que anos foram fundadas e aonde?



57ª Aula - AS TRÊS ONDAS PENTECOSTAIS (ECLESIOLOGIA, DENOMINACIONALISMO, Parte 8)

A Primeira Onda - No Brasil, o Movimento Pentecostal pode ser dividido em três ondas: começou em 1910 com a fundação da Congregação Cristã no Brasil e as Assembléias de Deus em 1911. Depois, da América, chega a Igreja de Cristo no Brasil (1932, Mossoró, RN) e entra em conflito com as outras duas por defender que o Batismo com o Espírito Santo dava-se no momento da conversão e não com a experiência posterior de falar em línguas. Em seguida, surgiu a Igreja Evangélica do Calvário Pentecostal (1935, Catalão, GO) que depois se funde com a Igreja de Deus de Cleveland, EUA, e se tornou a Igreja de Deus no Brasil. No ano seguinte surgiu a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo (1936, São Paulo, SP) e, três anos depois, de origem americana, a Missão Evangélica Pentecostal do Brasil (1939, Manaus, AM). Novas denominações vão surgindo até 1950. A Primeira Onda Pentecostal, portanto, vai de 1910 a 1950.

A Segunda Onda Pentecostal: Começou em 1950 quando dois missionários da International Church of The Foursquare Gospel vieram ao Brasil e fundaram a Igreja do Evangelho Quadrangular (I.E.Q), construindo um pequeno templo (1951, São João da Boa Vista). Em 1952, a convite do pastor da Igreja Presbiteriana do Cambuci viajaram à capital de São Paulo e realizaram uma cruzada de evangelização e milagres. Em seguida, conseguiram uma tenda de lona no mesmo bairro e, através do rádio,  revolucionaram o evangelismo pentecostal, com reuniões em tendas a que compareciam milhares de pessoas. Nascia assim a Cruzada Nacional de Evangelização, com a tenda número 1 percorrendo todas as cidades do estado de SP. Sempre que a tenda se mudava, deixava uma I.E.Q. no local. Desta Igreja surgiram muitas outras denominações como O Brasil para Cristo, a Igreja Pentecostal Deus é Amor, A Casa da Bênção, Igreja Cristã Pentecostal da Bíblia do Brasil, Igreja Pentecostal Unida do Brasil, Ministério Cristo Vive, Igreja Unida, Igreja de Nova Vida e diversas outras. A Segunda Onda Pentecostal vai de 1950 a 1970.


A Terceira Onda: Neopentecostal: Começou em 1970 e deu origem a um novo ciclo chamado de Neopentecostal (onde Neo quer dizer Novo), por serem mais liberais, pois a maior parte das denominações pentecostais anteriores proibiam, inclusive, ouvir-se rádio ou assistir tv, e eram rígidas com relação a usos e costumes. De 1977 a 1992 surgiram as Igreja Universal do Reino de Deus, fundada pelo Bispo Edir Macedo (1977, Rio de Janeiro), a Igreja Internacional da Graça de Deus, fundada pelo Missionário R. R. Soares, (1980, Rio de Janeiro), a Comunidade Cristã Paz e Vida, fundada pelo Pr Juanribe Pagliarin (1982, São Paulo), Igreja Renascer em Cristo, fundada pelo Apóstolo Estevan Hernandes (1986, São Paulo), Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra, fundada pelo Bispo Robson Rodovalho (1992, Brasília) e Igreja Mundial do Poder de Deus, fundada pelo Apóstolo Valdemiro Santiago (1998, São Paulo). De um modo geral, os Neopentecostais utilizam intensamente a mídia eletrônica e aplicam métodos de moderna administração, bem como o uso de marketing, planejamento estatístico, análise de resultados etc. O Neopentecostalismo é a vertente pentecostal que mais cresce no Brasil e, consequentemente, a mais influente. A Terceira Onda Pentecostal está em pleno movimento.


Quase todas as Neopentecostais surgiram por divergências. Ex.: a Universal surgiu por divergência entre Edir Macedo e o Pr McAlister, fundador da Igreja de Nova Vida. As Igrejas da Graça e Mundial por divergência de R.R. Soares e Valdemiro Santiago com Edir Macedo. A Sara Nossa Terra surgiu por divergência entre os Bispos Rodovalho e Cesar Augusto, quando presidiam a Comunidade Evangélica de Goiânia.


A Paz e Vida é uma das raras Igrejas que não surgiu por qualquer rebelião ou divergência, mas como inspiração de Deus, pois em 1981 o Pr Juanribe Pagliarin deixou a Igreja do Evangelho Quadrangular e não queria mais ser pastor da I.E.Q. ou de qualquer igreja, e refugiou-se em Manaus por quase dois anos, trabalhando apenas como publicitário. Longe de qualquer púlpito neste período, o Pr Juanribe Pagliarin passou a sonhar quase todas as noites que estava pregando para multidões e, muitas vezes, acordava falando em línguas ou chorando. Foi quando um dia, no seu trabalho de publicitário, veio-lhe o nome PAZ E VIDA. Pensou que seria um Ministério de pregação autônomo. Então vieram-lhe as palavras COMUNIDADE CRISTÃ. Juntando-as, entendeu que Deus estava lhe entregando a Comunidade Cristã Paz e Vida. Deixou o emprego em Manaus e, usando suas próprias economias, e sem a ajuda financeira de qualquer pessoa ou organização, e sem o desvio de recursos de qualquer igreja, abriu a primeira Igreja da Comunidade Cristã Paz e Vida em 25/12/1982, na Av. Rio Branco, 511, no centro de SP. Não aliciou um membro sequer de qualquer outra denominação. Só não se pode dizer que “começou do zero” porque Deus estava com ele. Tanto que hoje a Paz e Vida está em todo o Brasil e inaugura a média de uma igreja por semana (às vezes até três igrejas por semana) e mantem trabalhos evangelísticos no exterior (Argentina e Paraguai através das rádios Tríplice Fronteira, Lisboa através da Rádio Lezíria, Cabo Verde através da Rádio Mosteiros, Guiana francesa através da Rádio Mission Pioneire, e está negociando emissoras em Angola, Moçambique, e Tomé e Príncipe). É a única denominação que não tem cantina, nem livraria, e respeita o Dono da Casa (Mt 21:12-13, Mc 11:15-17, Lc 19:45-46). Também é a única denominação que mantém Curso Grátis de Teologia em todo o país, bem como o maior projeto evangelístico dos últimos tempos: JESUS PARA TODOS,  que distribui GRATUITAMENTE milhares e milhares de livros JESUS: A VIDA COMPLETA em todo o Brasil, através do Ministério Pregadores do Telhado (Mt 10:27). A Paz e Vida também alcança brasileiros em todos os países do mundo através de um forte trabalho de radio on line.


Renovados: Várias denominações passaram a experimentar as manifestações Pentecostais, sendo chamadas de "Renovadas", como a Igreja do Avivamento Bíblico (divisão da IMB), Igreja Presbiteriana Renovada (divisão da IPB), Igreja Cristã Maranata (também divisão da IPB), Convenção Batista Nacional (divisão da CBB), e a Igreja Adventista da Promessa (divisão da Igreja Adventista do Sétimo Dia).


Católicos Carismáticos: Nos anos mais recentes, até a Igreja Católica Apostólica Romana, seja para fazer frente aos Neopentecostais ou como busca por algo maior, deu origem à Renovação Carismática Católica, onde padres tentam pregar e se vestir como pastores, leem a Bíblia, limpam seus templos dos ídolos e oram para curas pela fé. Ocorre que, apesar dessa “renovação”, continuam orando para Maria e colocando-a como medianeira entre Deus e os homens, em oposição à Tm 2:5.

A Igreja Triunfante: Assim, constatamos em nosso país e no mundo o surgimento continuado e crescente de novos ramos denominacionais, mas o que interessa mesmo é ser membro da Igreja Triunfante – aquela de Cristo, cujas portas do Inferno não prevalecerão contra ela e que subirá como Noiva do Senhor para morar eternamente com Ele (Jo 14:1-3).



Razões para a existência das denominações:



Históricas – a primeira razão é de fundo histórico. Inconformados com a perda crescente da simplicidade da fé, movimentos passaram a receber denominações próprias identificadas com as idéias defendidas por seus líderes.

Doutrinárias – a segunda razão que explica a existência de tantas denominações é a de natureza doutrinária. A negligência que despreza certos ensinos bíblicos, como a contemporaneidade dos dons espirituais, e não permite que a congregação seja por eles abençoada. Junte-se a isso a falta de amor e de espiritualidade e está aberta a porta para o surgimento de uma nova denominação.

Administrativas – em terceiro lugar, há que se considerar também as razões administrativas. Aqui entram a forma de governo, a estrutura organizacional e a necessidade de se normalizar legalmente a vida da Igreja perante a legislação do país. Como nem sempre as idéias convergem, as Igrejas que estão sob a mesma bandeira e buscam viver o mesmo modelo administrativo se organizam com um nome peculiar para que assim sejam identificadas diante da sociedade.

Egocêntricas – não se deve esquecer ainda que em muitos casos as razões estão no egocentrismo. De um lado está a vaidade pessoal, a busca da liderança como um fim, a falta de humildade para submeter-se à liderança daqueles que foram legitimamente constituídos por Deus.

Vontade permissiva de Deus – por último, neste ponto, o denominacionalismo pode ser compreendido como parte da vontade permissiva de Deus. A diversidade de Igrejas torna o homem indesculpável, ao usar como justificativa para não aceitar a fé a possibilidade de não ter encontrado um lugar onde possa sentir-se bem.



Como lidar com a existência das denominações



►Mantendo a unidade na diversidade

►Buscando um relacionamento de respeito mútuo

►Participando de projetos comuns ao povo de Deus



A Igreja preparada para a colheita: O trabalho da Igreja é semear a Palavra e conseguir aqui e agora uma grande colheita de vidas para o Senhor. Todos os crentes devem olhar para o mundo como um imenso campo a ser urgentemente lavrado, semeado e ceifado (Jo 4:35-38).



A Doutrina de Deus no Novo Testamento



Caráter Universal – Ainda que as doutrinas sejam necessárias para a sua instrumentalização na face da terra, a Igreja se constitui de um único corpo formado por aqueles que foram comprados pelo sangue de Cristo e vivenciam a vida cristã na “unidade do Espírito pelo vínculo da paz” (Ef 4:3).

Caráter Local – O ensino do Novo Testamento revela o caráter local da Igreja, pois é dessa forma, na comunidade, que a Igreja expressa a sua dimensão da vida e exerce as suas responsabilidades como agente do Reino de Deus no mundo.

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